BANCO DE PROYECTOS

A expressão "Ilê LaiLai” significa ‹‹casa de memória››, onde nela reside as árvores, os assentos de orixás, as pessoas, os territórios. Assim, o Museu Territorial Ilê Lailai Ignez Mejigã, além de servir como ponto de referência cultural do povo do Terreiro, visa estimular a comunidade local a conhecer e reconhecer como potencialidade para si mesma, os elementos de valor histórico e de interesse da cultura e da paisagem do território que compõe esse museu vivo. O Terreiro Ilê Axé Ijexá Ijexá Orixá Olufon ocupa 6 mil m2 de área, distribuídos entre espaços civil, de ritual e de preservação da mata. Inserido nesse território, o Museu, além de intensificar a ação junto às comunidades vizinhas, irá atuar para integrar-se ao contexto sócio-cultural da Região, especialmente com as escolas e os movimentos sociais locais. Seguindo os princípios da museologia social, a ideia de fazer um museu territorial desatrela-se da ideia de um espaço edificado e busca as condições básicas para criá-lo como um museu verdadeiramente vivo, em constante processo de recriação e movimento, com três pilares conceituais — memória, educação e ecologia. A exposição sobre a história da Nação Ijexá ocupará os diversos espaços do Terreiro, como o Barracão principal, o jardim dos Orixás, a cachoeira de Oxum, o Ilê Ajeun, a cozinha social das Yabassés, além da mata existente, com plantas e árvores sagradas no culto aos orixás, que constituem material e simbolicamente a herança ancestral dos que constituíram o Ijexá. Por todos esses espaços haverá painéis, instalações, totens e placas indicativas com informações, objetos, imagens de acervos documentais e iconográficos, produtos audiovisuais e sonoros, a compor o percurso pelas memórias do longo e acidentado processo de formação identitária transmitida por gerações, que culmina em 1975, com a criação do Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon. Suas raízes remontam à chegada em Ilhéus, em meados do séc. XIX, de uma mulher negra de etnia Ijexá e sacerdotisa de Oxum Abalô, onde recebeu o nome cristão de Ignez e foi vendida como escrava para trabalhar no Engenho de Santana, em Ilhéus. Para concepção e produção dessa exposição territorial, um projeto museológico participativo está desenvolvendo pesquisas sobre os temas, os percursos e a produção de conteúdos textuais, imagéticos e audiovisuais para o museu. Para o pilar Educação, está previsto o programa educativo–cultural Caracol dos Saberes, a envolver professores e gestores da Rede de Ensino e os moradores da comunidade vizinha do Bairro de Santa Inês. Por meio dessas ações, busca-se atrair público para aula-públicas, eventos culturais, vivências, além de oficinas direcionadas à comunidade do Terreiro. A médio prazo, busca-se formar uma cadeia produtiva com base em produtos inspirados na cultura afro-brasileira para proporcionar a sustentabilidade do Museu e, ao mesmo tempo, oportunizar geração de renda para as pessoas envolvidas.

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